A violência política contra mulheres é um problema persistente que ameaça a democracia e a igualdade de gênero.
Com as eleições municipais de 2024 recém-concluídas, é hora de refletir sobre o que podemos fazer para proteger as mulheres na política em 2025 e além, claro.
Quer conhecer soluções efetivas?
Antes de analisarmos as soluções, é importante entender a gravidade da situação.
Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre 2021 e 2023, foram registrados 170 casos de violência política contra mulheres no Brasil. Mais preocupante ainda, apenas duas condenações foram sentenciadas nesse período, nenhuma delas transitada em julgado.
Você sabia que uma em cada quatro representações de violência política de gênero foi arquivada ou encerrada?
Isso revela uma falha sistêmica que precisa ser urgentemente corrigida.
A luta contra a violência política de gênero não é apenas das mulheres na política, mas de toda a sociedade. Cada voz silenciada é uma perda para a democracia.
Educação política: a base da mudança
O primeiro passo para combater a violência política de gênero é a educação. E não estamos falando apenas de educar as mulheres, mas toda a sociedade.
O TSE lançou a campanha “Mais mulheres no poder, mais democracia” e uma playlist no YouTube chamada “Violência Política de Gênero Existe“.
Estas iniciativas são um começo, mas precisamos ir além.
Que tal implementar programas de educação política nas escolas, focados na igualdade de gênero e na importância da participação feminina na política? Imagine o efeito que isso teria na formação de futuros eleitores e líderes políticos.
Aprimoramento dos canais de denúncia
O Ministério Público Federal (MPF) criou um canal de denúncia em parceria com o TSE. Desde agosto de 2021, foram recebidos 215 casos suspeitos, uma média de seis por mês.
Mas será que isso é suficiente?
Uma solução mais abrangente seria a criação de um aplicativo dedicado para denúncias de violência política de gênero.
Este app poderia oferecer:
– Registro anônimo de denúncias
– Acompanhamento em tempo real do status da denúncia
– Informações sobre direitos e recursos disponíveis
– Conexão direta com autoridades competentes
Com uma ferramenta assim nas mãos, as mulheres na política se sentiriam mais preparadas para denunciar abusos.
Reformulação do sistema judicial
Os números não mentem: apenas duas sentenças de condenação por violência política de gênero entre 2021 e 2023 é um número alarmantemente baixo.
Como podemos mudar isso?
Uma solução seria a criação de varas especializadas em violência política de gênero. Juízes e promotores receberiam treinamento específico para lidar com esses casos, garantindo uma análise mais detalhada e justa.
Além disso, a implementação de prazos mais curtos para o julgamento desses casos poderia evitar que as denúncias se perdessem no sistema judiciário.
Empoderamento econômico das candidatas
A violência política muitas vezes tem raízes econômicas. Mulheres com menos recursos financeiros são mais vulneráveis a ameaças e coerção.
Uma solução diferenciada seria a criação de um fundo específico para apoiar candidatas vítimas de violência política.
Este fundo poderia oferecer assistência jurídica gratuita; recursos para segurança pessoal e apoio financeiro para compensar perdas decorrentes da violência política.
Imagine o resultado que isso teria na capacidade das mulheres de se manterem firmes em suas campanhas, mesmo diante de ameaças.
Um sistema de monitoramento em tempo real de casos de violência política de gênero poderia fornecer uma visão melhor e mais relevante para combater o problema.
Segundo pesquisa realizada pelo projeto De Olho nas Urnas em parceria com o Observatório Nacional da Mulher na Política, houve um aumento significativo nos casos noticiados de violência política de gênero nas eleições municipais de 2024 em comparação com 2020.
Com um sistema de monitoramento avançado, poderíamos:
– Identificar padrões de violência
– Prever potenciais focos de violência
– Direcionar recursos de prevenção de forma mais eficiente
Este sistema poderia utilizar inteligência artificial para analisar dados de redes sociais, notícias e denúncias, criando um mapa dinâmico da violência política de gênero no Brasil.
Implementar estas cinco ideias não será simples, mas é absolutamente necessário.
A pergunta que fica é: estamos prontas para fazer essa mudança acontecer?
Lembre-se, a luta contra a violência política de gênero não é apenas das mulheres na política, mas de toda a sociedade.
Cada voz silenciada é uma perda para a democracia.
E você, o que pensa sobre essas soluções?
Acredita que elas podem fazer a diferença? Compartilhe suas ideias e vamos construir juntas um futuro político mais igualitário e seguro para todas as mulheres.
Fontes:
Agência Brasil – Relatório aponta 170 casos de violência política contra mulheres
TSE – Lei que torna crime a violência política de gênero completa três anos
CNJ – Violência política de gênero: Brasil registra sete casos a cada 30 dias