Reparação: Marcha das Mulheres Negras e a Desigualdade Salarial

Marcha Nacional promete reunir cerca de 1 milhão de participantes
Evento que promete reunir cerca de 1 milhão de participantes de todo o país

Em 25 de novembro de 2025, Brasília será palco da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras, evento que promete reunir cerca de 1 milhão de participantes de todo o país.

A marcha, organizada por diversas entidades do movimento negro, tem como objetivo central a reparação histórica e a promoção do bem viver para as mulheres negras brasileiras.

Este movimento surge em um contexto de persistente desigualdade salarial e social enfrentada por essa parcela da população, evidenciando a urgência de ações concretas para a promoção da equidade.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), trabalhadores negros recebem, em média, 40% menos que os não negros. Essa disparidade é ainda mais acentuada quando se considera o gênero: mulheres negras ganham, em média, 63% a menos que mulheres brancas. (Fonte)

 

A Marcha Nacional das Mulheres Negras: Um Clamor por Justiça e Igualdade

A primeira edição da Marcha Nacional das Mulheres Negras ocorreu em 2015, marcando um momento histórico de mobilização e reivindicação por direitos e reconhecimento.

Dez anos depois, a segunda edição busca não apenas relembrar as conquistas, mas também reforçar a luta contra o racismo, o sexismo e outras formas de opressão que ainda afetam profundamente a vida das mulheres negras no Brasil.

A Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB) está à frente da organização do evento, promovendo encontros regionais preparatórios e incentivando a formação de comitês impulsores estaduais, municipais e regionais. Essas ações visam garantir uma ampla participação e representatividade, fortalecendo a união e a solidariedade entre as mulheres negras de diferentes regiões e contextos sociais.

Paralelamente à organização da marcha, dados recentes evidenciam a persistência da desigualdade salarial que afeta as mulheres negras no Brasil.

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), trabalhadores negros recebem, em média, 40% menos que os não negros. Essa disparidade é ainda mais acentuada quando se considera o gênero: mulheres negras ganham, em média, 63% a menos que mulheres brancas.

Além disso, o relatório de Transparência Salarial do Ministério do Trabalho e Emprego revela que, em cargos de direção e gerência, a diferença de remuneração chega a 25,2%, com as mulheres negras sendo as mais afetadas. (Fonte)

Esses números refletem o racismo estrutural e a discriminação de gênero presentes no mercado de trabalho brasileiro, evidenciando a necessidade de políticas públicas e ações afirmativas que promovam a equidade salarial e de oportunidades.

 

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A Importância da Mobilização Coletiva

Diante desse cenário, a 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras representa uma resposta coletiva e organizada às injustiças históricas e contemporâneas enfrentadas por essa parcela da população. A marcha busca não apenas denunciar as desigualdades, mas também propor soluções e reivindicar políticas que promovam a reparação histórica e o bem viver para as mulheres negras.

A mobilização em torno da marcha tem o potencial de sensibilizar a sociedade e os governantes sobre a urgência de medidas que combatam o racismo e o sexismo, promovendo a inclusão e a justiça social. A participação massiva de mulheres negras de todo o país reforça a importância da união e da solidariedade na luta por direitos e igualdade.

A 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras surge como um marco na luta por reparação histórica e igualdade de direitos no Brasil.

Em um contexto de persistente desigualdade salarial e social, a mobilização coletiva das mulheres negras se apresenta como uma força transformadora, capaz de impulsionar mudanças significativas na sociedade brasileira.

A participação ativa e consciente de cada mulher negra é fundamental para o sucesso dessa iniciativa, que busca construir um país mais justo e igualitário para todos.

  • Para mais informações sobre a marcha e como participar, acesse o site da AMNB: https://amnb.org.br/

Assista também ao vídeo de lançamento da 2ª Marcha Nacional das Mulheres Negras:

Fontes

Lucilaine Souza

Lucilaine Souza é escritora e professora especializada em Projeto de Vida, Formação Humana e Língua Portuguesa. Com experiência consolidada em desenvolvimento pessoal e educação, ela fundou o Garotas Crescidas em 2017, uma plataforma dedicada ao universo feminino. Como especialista em formação humana, Lucilaine aborda temas cruciais para mulheres contemporâneas, incluindo desenvolvimento pessoal, autoestima, empoderamento e igualdade de gênero. Sua expertise educacional e compromisso com a pesquisa fundamentada garantem conteúdo confiável e transformador, combinando rigor acadêmico com linguagem acessível. No Garotas Crescidas, ela lidera a produção de conteúdo informativo e inspirador, estabelecendo um espaço seguro onde temas fundamentais à vida adulta feminina são explorados com profundidade e credibilidade.

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