À medida que nos aproximamos de 2025, uma questão importante ganha destaque: a saúde mental de nossas crianças e adolescentes.
Com o início do novo ano, é hora de as mães assumirem um papel ativo na promoção do bem-estar emocional de seus filhos. Vamos explorar por que este tema é tão relevante e como você pode fazer a diferença.
Os números não mentem.
Em 2023, a taxa de jovens de 10 a 14 anos atendidos por transtornos de ansiedade atingiu 125,8 a cada 100 mil, enquanto entre adolescentes esse número chegou a 157 a cada 100 mil. (Fonte) Esses índices superaram pela primeira vez os observados em adultos acima de 20 anos, que apresentaram uma taxa de 112 a cada 100 mil. (Fonte)
Mas o que está por trás desses números alarmantes?
Fatores como o acesso precoce ou acesso excessivo ao celular, o consumo de alimentos ultraprocessados e o afastamento da família têm contribuído significativamente para o declínio da saúde mental entre os jovens. (Fonte)
A saúde mental na infância não é apenas uma questão de bem-estar momentâneo, mas um investimento no futuro. Ao cuidarmos da saúde emocional de nossas crianças hoje, estamos construindo os alicerces para uma sociedade mais equilibrada e resiliente amanhã.
A importância dos primeiros anos
A saúde mental na infância reflete o bem-estar emocional, psicológico e social das crianças.
É durante essa fase que se criam as bases para habilidades emocionais e cognitivas que acompanharão o indivíduo por toda a vida.
Pesquisas recentes indicam que 6,8% das crianças entre 5 e 9 anos têm ao menos um transtorno psiquiátrico, e esse número quase dobra na faixa dos 10 aos 14 anos. (Fonte)
Esses dados reforçam a necessidade de ações preventivas e acompanhamento contínuo.
O papel significativo das mães
Como mães, vocês desempenham um papel significativo na promoção da saúde mental de seus filhos. A capacidade de reconhecer e responder às necessidades emocionais das crianças cria uma base sólida para a saúde mental.
Aqui estão três maneiras pelas quais as mães podem ajudar:
1. Promoção de segurança e estabilidade: Criar um ambiente onde as crianças se sintam protegidas, amadas e valorizadas é importante para o seu bem-estar psicológico.
2. Desenvolvimento de habilidades para resolver problemas: Ensinar maneiras saudáveis de lidar com o estresse e resolver conflitos é necessário.
3. Suporte emocional: Estar atenta a mudanças no comportamento, humor ou desempenho escolar pode ajudar a reconhecer sinais precoces de problemas de saúde mental.
É importante lembrar que, para cuidar efetivamente dos filhos, as mães também precisam de cuidado.
A pesquisadora Suniya Luthar argumenta que as mães precisam mais do que apenas momentos de autocuidado; elas necessitam de uma rede de apoio emocional.
“Não se trata de autocuidado, mas sim de cuidado que venha dos outros”, diz Luthar. Essa rede de apoio se traduz em crianças mais emocionalmente saudáveis e resilientes. (Fonte)
5 dicas práticas para as mães
1. Limite o uso de tecnologia: A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece tempos ideais de exposição às telas para cada faixa etária. Por exemplo, crianças de 2 a 6 anos podem ter até 1 hora por dia, enquanto crianças acima dos 11 anos podem ter até 3 horas por dia. (Fonte)
2. Promova uma alimentação saudável: Reduza o consumo de alimentos ultraprocessados, que têm sido associados a problemas de saúde mental.
3. Fortaleça os laços familiares: Dedique tempo de qualidade para interações significativas com seus filhos.
4. Busque ajuda profissional quando necessário: Não hesite em procurar o apoio de psicólogos ou psiquiatras se observar sinais de sofrimento emocional em seus filhos.
5. Cuide de sua própria saúde mental: Lembre-se, seu bem-estar emocional influencia diretamente o de seus filhos.
O papel materno na saúde mental infantil
Ao analisarmos as informações apresentadas, surgem questões importantes para reflexão. Como podemos, enquanto mães, aplicar esse conhecimento no dia a dia?
Será que estamos realmente atentas aos sinais que nossos filhos demonstram?
Pensemos por um momento: quantas vezes ignoramos uma mudança de comportamento, atribuindo-a apenas a uma “fase”?
E quanto ao uso excessivo de tecnologia – estamos realmente conscientes do impacto que isso pode ter na saúde mental de nossos pequenos?
Vale a pena considerar se estamos criando um ambiente propício para o desenvolvimento emocional saudável, sabe?
Como podemos equilibrar nossas próprias necessidades com as de nossos filhos?
Lembre-se, cada criança é única, com suas próprias necessidades e desafios. O que funciona para uma família pode não ser ideal para outra.
A questão é: estamos dispostas a adaptar nossas abordagens conforme necessário?
Por fim, reflita: ao cuidarmos da saúde mental de nossos filhos, não estamos também investindo em nosso próprio bem-estar? Afinal, o equilíbrio emocional de nossas crianças não se reflete diretamente em nossas vidas?
Estas perguntas não têm respostas simples, mas refletir sobre elas é o primeiro passo para uma mudança positiva.
À medida que avançamos para 2025, cada mãe tem a oportunidade de ser uma agente de transformação na vida de seus filhos e, consequentemente, na sociedade como um todo.
Ao priorizar a saúde mental desde a infância, estamos investindo em um futuro mais promissor para nossas crianças.
Como mães, vocês têm a capacidade de influenciar não apenas o presente, mas também o futuro emocional de seus filhos.
Que 2025 seja o ano em que tomaremos medidas concretas em direção a uma geração mais saudável emocionalmente. Afinal, cuidar da saúde mental de nossas crianças é cuidar do futuro de todos nós.